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Diversas cidades portuguesas têm procurado desenvolver ao longo dos últimos anos relevantes programas de aproximação internacional a vários municípios espalhados pelo mundo, assumindo o conceito de diplomacia local como a sua melhor resposta para a criação de parcerias estratégicas e para a partilha de oportunidades económicas internacionais.

Sendo Portugal um destino turístico essencial, este importante sector económico local tem beneficiado consideravelmente destas ligações de amizade e de cooperação internacionais, estabelecidas através de acordos de geminação ou por protocolos de cooperação locais.

Face à natureza das atividades económicas mundiais em presença e à dimensão da nossa economia, a dinamização da diplomacia económica local beneficia, neste caso, do vínculo histórico de acolhimento que Portugal possui, harmonizado pelas relações privilegiadas existentes no quadro das suas geminações, permitindo colocar as autarquias como um pólos de aconselhamento e de receção a comitivas estrangeiras, de avaliação política de risco de investimento, funcionando como decisivos elos de ligação em encontros bilaterais ou multilaterais que correspondam aos diversos interesses em presença.

No caso particular de Cascais, as suas catorze cidades-irmãs, com culturas e religiões distintas, particularidades e identidades variadas, têm enriquecido substancialmente o património multicultural que caracteriza a sua história. E este é um dos benefícios mais visíveis da diplomacia local, aliado à inerente e desejada promoção mútua internacional, onde a partilha de experiências e de desafios constituem um suporte determinante para o desenvolvimento dos seus valores, com todo o potencial que decorre da partilha institucional de uniões a cidades oriundas de cinco continentes diferentes, envolvidas pelos três maiores oceanos mundiais.

Uma outra vertente, suficientemente clara no plano estratégico das Relações Internacionais deste município, passa pelo papel ativo e determinante na mediação e na cooperação económicas. Associada à defesa dos interesses comerciais de Cascais, a promoção de uma diplomacia económica internacional permite eficientes pesquisas de informações e de prospeção de mercados, através de iniciativas de divulgação de oportunidades, assim como pela promoção de ações de atração e de captação de investimento.

Este novo modelo de relacionamento internacional entre os povos que o presente século impõe, numa altura em que as cidades estão cada vez mais próximas, permite de igual modo que, pelo nível local, se superem as dificuldades por vezes existentes entre Estados.

Também por este motivo, a diplomacia local surge como solução e resposta para a necessária aproximação cultural neste mundo que partilhamos, por ser o pressuposto unificador que não colide com certas divergências nacionais que se verificam e que tendem a aumentar. Nesta aparente dicotomia, os municípios, como atores locais no panorama internacional, são o meio privilegiado que se encarrega da importante tarefa de refutar divergências, aproximando civilizações e proporcionando fatores de promoção das diferentes economias de mercado.

Através deste novo imperativo internacional, tendo os municípios por agentes locais dinamizadores e cooperantes entre si, torna-se possível alcançar o desejado desenvolvimento social, sólido e expansionista, com os efeitos globais pretendidos.

 

Alexandre Faria